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NO CANADÁ, IDOSA FAZ EUTANÁSIA PARA EVITAR A SOLIDÃO DO CONFINAMENTO
Nancy Russell tinha 90 anos, e apesar da idade avançada levava uma vida ativa em Toronto no Canadá.
Conforme a reportagem do site CTV News publicada na quinta-feira, 26, Russell era considerada uma pessoa excepcionalmente sociável, mas quando percebeu que precisaria ficar confinada novamente, ela pediu – e recebeu – a injeção letal de seu próprio médico.
Quando a “primeira onda” da covid-19 começou em março, Nancy foi obrigada a suspender todas as suas atividades favoritas que eram caminhadas diárias, visitas à biblioteca, além de todas as outras coisas que a idosa fazia na casa de repouso onde morava.
Sua filha, Tory, informou que na casa de repouso onde sua mãe residia, divisórias de plástico foram instaladas na sala de jantar, e as visitas no jardim passaram a ser supervisionadas.
“Ela realmente não acreditava que teria que passar mais duas semanas em confinamento”, disse.
Na última segunda-feira (23) Toronto entrou em um novo lockdown e se estenderá por pelo menos 28 dias.
O mais triste é que enquanto estava viva, Nancy não podia receber pessoas, porém, no momento de sua morte todos estavam lá.
“Quando Nancy Russell morreu no mês passado, ela estava cercada por amigos e familiares. Eles se agruparam ao redor de sua cama, cantando uma música que ela escolheu, enquanto um médico fazia a injeção do medicamento”, diz a reportagem do CTV.
Ou seja, companhias são permitidas para morrer, mas não para permanecer vivo. Durante sua última semana de vida, Nancy Russell foi autorizada a passar um tempo com seus entes queridos, que os visitaram ou telefonaram antes do suicídio assistido.