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Depois da vigília que morreu de frio, devotos de Lula farão greve de fome

“A greve não termina enquanto Lula não for solto para abraçar os manifestantes”, avisou João Pedro Stédile nesta segunda-feira, durante um ato eleitoreiro disfarçado de entrevista coletiva no Centro Cultural de Brasília.
À plateia, formada pelos principais representantes de sites e blogs companheiros, integrantes da Via Campesina e militantes de movimentos ligados ao PT anunciaram uma “greve de fome por tempo indeterminado” em apoio ao ex-presidente presidiário.
O chefão do MST não deixou claro se participará da ação ou repetirá o papel de espectador privilegiado que desempenha nas invasões ilegais que ordena aos subordinados que façam.
“Nossos companheiros e companheiras dos movimentos sociais decidem fazer greve de fome por justiça, democracia e liberdade para Lula e o povo brasileiro”, comemorou Maria do Rosário no Twitter.
A deputada federal gaúcha promete acompanhar todos os passos do grupo entrincheirada em seu gabinete, nos intervalos das refeições que não deixará de fazer.
Frei Sérgio Gorgen aproveitou a oportunidade para transmitir a advertência a meia dúzia de jornalistas: “Se alguma coisa grave acontecer com qualquer um de nós, tem culpados e responsáveis”.
Sérgio Moro seria o o primeiro da lista de acusados, completada pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus.
Como ninguém é de ferro, a greve não começou logo depois de anunciada. A largada do jejum ocorrerá nesta terça-feira, às 14h, em frente do prédio do Supremo Tribunal Federal.
Em casos de “fome extrema”, o grupo avisou que voluntários estarão de prontidão para “reposição de pessoal” — seja lá o que isso signifique.
É cedo para arriscar respostas a uma pergunta inevitável: a greve de fome prometida para pra esta terça será mais longa ou mais curta que a vigília dos devotos de Lula nas imediações da sede da Polícia Federal em Curitiba?
A segunda morreu de frio antes de completar 100 dias.