COLUNA DE AUGUSTO NUNES/VEJA.COM
A carta de Lula merece zero com louvor
Uma carta manuscrita enviada por Lula ao parceiro Wagnão (Wagner Santana, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC) informa que o Curso Intensivo de Leitura e Escrita para Presidiários Nota Zero produz efeitos admiráveis, mas não faz milagres.
Em pouco mais de 100 dias na cadeia, se for verdade o que dizem amigos e comparsas que o visitaram em Curitiba, Lula aprendeu a escrever e ler (além de rezar).
Mas ainda escreve com o jeitão de quem sempre achou que leitura é pior que exercício em esteira.
As correções no original, reproduzidas abaixo, atestam que o autor do manuscrito cometeu pelo menos 13 crimes (alguns dos quais hediondos) contra o idioma.
É possível que Lula esteja lendo com tamanha velocidade que nem tem tempo para memorizar a grafia das palavras que só agora começou a usar.
É possível que tenha resolvido torturar a língua portuguesa 13 vezes para, simultaneamente, homenagear o PT e poupar o amigo Wagnão do sentimento da inveja.
O certo é que o analfabeto funcional que jura ter lido 20 livros em menos de um mês não teria, caso se inscrevesse no exame do Enem, a menor chance de escapar do zero com louvor na prova de redação.
Carta de Lula endereçada ao presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana (Cristyan Costa/VEJA.com)