PAULO CASTELO BRANCO – DIÁRIO DO PODER

Na viagem da presidente Dilma para reunião da ONU, que coincidiu com a presença do Papa Francisco em território norte-americano, viu-se a presidente ouvindo, com muito interesse, a fala do líder religioso, a ponto de usar o fone de tradução simultânea para não perder nenhuma palavra que pudesse servir ao seu tormentoso momento político e pessoal.
Dilma, solitária, levou junto com ela a única filha, que é, segundo os princípios religiosos, aquela que deve honrar pai e mãe. A filha é a sustentação para que a presidente não desmonte como já ocorreu com o seu governo.
Segundo fontes do clero, Dilma teria solicitado à Santa Sé um encontro reservado com o Papa. Questionada sobre o assunto que desejava tratar, a presidente respondeu que queria se confessar, pois imaginava que, com o fim dos tempos, era chegada a hora de se livrar dos seus pecados.
O cardeal, encarregado de resolver estas questões, alegou que o Papa estava em missão política e de evangelização e que a confissão poderia ser feita a um dos religiosos que acompanham o santo padre.
Dilma, com o seu jeito especial de ser, pensou em mandar o cardeal para o inferno; mas desistiu e colocou em prática a sua experiência com os aliados do Congresso Nacional e ainda propôs destinar algumas áreas dos conjuntos do “Minha Casa, minha vida” para a construção de templos católicos.
O cardeal recusou a oferta, afirmando que a Igreja Católica não mistura religião com política, e que seus templos são construídos desde tempos imemoriais com seus próprios recursos, e sem explorar a fé dos crentes.
A conversa estava quase chegando a uma discussão, quando Francisco, o paciente, saindo de uma sala, ouviu parte do entrevero e o interrompeu, perguntando do que se tratava.
Dilma se adiantou e, com lágrimas nos olhos, disse que precisava se confessar, pois não o fazia desde os tempos de colégio em Belo Horizonte.
Francisco, sensibilizado, abriu mão de um breve descanso, e, com um sorriso de Maradona nos lábios, convidou a fervorosa devota a segui-lo a um outro recinto.
Acomodados em uma dessas poltronas namoradeiras, o papa fez o sinal da cruz e disse: – Fale, minha filha, das suas angústias e pecados. Lembre-se que o que disseres estará em segredo por toda a minha vida. Abra o seu coração!
Dilma, em tom emocionado, relatou todos os pecados cometidos. Era um rol tão extenso que Francisco precisou interrompê-la, pois precisava atender a outros compromissos.
– Filha, a maior parte dos seus pecados não são os considerados capitais; acho, porém, que devem ser afastados das suas ações, afinal, mentir sobre questões tão importantes para o seu povo não é caminho para se chegar a um julgamento justo.
A presidente disse que estava quase se livrando deste mal, porém ainda não podia prescindir de contar inverdades para garantir o seu mandato. Francisco estampou na face, desta vez, um sorriso parecido com o do Messi.
– Minha filha, disse Francisco já desconfortável com a confissão interminável, gostaria de dar-lhe perdão pelos pecados cometidos, no entanto, a minha missão de compreensão dos males que atingem a humanidade não permite que me afaste do compromisso que tenho com os dogmas da minha religião”>
“E digo isto porque sei que você, nas eleições de 2014, para vencer, teria feito um pacto com diabo, afirmando que “Podemos fazer o diabo quando é hora de eleição” e, ainda, sobre a recessão da economia, repetiu que “até o final do ano vou fazer o diabo para fazer a menor recessão possível”.
Só estas duas declarações e a sua conhecida falta de fé religiosa impedem-me de perdoá-la, enquanto você não se arrepender de tais condutas.
Aliás, há poucos dias, li que o ex-presidente Fernando Henrique, outro ateu, afirmou que você teria feito pacto com o demônio; e ele sabe o que diz.
Assim, só posso dizer: – Vade retro!