G1 – PR
A sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de Curitiba, que investiga irregularidades no transporte coletivo da cidade, ouviu nesta quinta-feira (1º) o diretor de transporte da Urbanização de Curitiba S. A. (Urbs), Rodrigo Brigotto Grevetti.
A autarquia da prefeitura é responsável pela organização do sistema de transporte na capital paranaense.
Durante nove horas, os vereadores que participam da CPI indagaram Grevetti sobre vários pontos, como os gastos e os lucros das empresas de ônibus e sobre a taxa de gerenciamento da própria Urbs, que é de 4% do Fundo de Urbanização de Curitiba.
No depoimento, Grevetti apresentou um relatório sobre a tarifa técnica cobrada pelas empresas de ônibus de Curitiba.
Atualmente, a prefeitura repassa R$ 2,99 para cada passagem. Os usuários pagam R$ 2,75 e o restante é coberto pela administração municipal em subsídios.
Segundo o diretor de transportes, os lucros das empresas chegam a aproximadamente R$ 104 milhões anualmente.
Os vereadores questionaram ainda o valor da manutenção dos veículos, que custa, por ônibus, 8% do valor de mercado.
“A gente pergunta: será que veículos novos, com uma média de cinco anos, teriam gastos tão altos, em manutenção e troca de peças?”, indagou o vereador Bruno Pessuti (PSC).
O advogado Sacha Reck, que defende os interesses das empresas, esteve presente à sessão. Para ele, os números apresentados durante a sessão, tanto pelos parlamentares, quanto pela Urbs, não representam a realidade.
“Provas serão produzidas e demonstrarão que não existe esse lucro. Essa informação é baseada num orçamento da Urbs, feito pela Urbs na época da licitação, para definir os valores máximos da licitação”, afirma.