GAZETA DO POVO
O coronel Marcos Theodoro Scheremeta não é mais o comandante da Polícia Militar do Paraná. Ele não chegou a completar um ano no cargo.
A troca foi anunciada pelo governo do estado ontem, em Foz do Iguaçu, durante a inauguração da sala do gabinete de gestão integrada de segurança pública na fronteira.
O coronel Roberson Bondaruk, ex-comandante da Academia de Polícia do Guatupê, vai assumir o posto, mas ainda não há data para a posse.
Com Scheremeta postado ao lado, o secretário de Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, declarou que o comandante pediu para sair e que a motivação foi pessoal.
Scheremeta não se pronunciou naquele momento e, procurado mais tarde pela Gazeta do Povo, informou, por meio da assessoria de imprensa, que não daria entrevista.
O governador Beto Richa, presente no evento, preferiu não falar sobre o assunto. Pelo menos 15 oficiais fardados estiveram na noite de ontem no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, para recepcionar Scheremeta.
Entraram na área restrita de desembarque e despistaram a imprensa para que o ex-comandante saísse sem falar com os jornalistas.
A possibilidade de troca no comando já era comentada dentro da PM e por alguns integrantes do governo. Os motivos da saída não foram esclarecidos, mas a queda aconteceu após uma sequência de atritos e constrangimentos.
Convite aceito
Procurado pela reportagem, o coronel Bondaruk confirmou que recebeu o convite e que aceitou ser o novo comandante da PM, mas prefere esperar sua nomeação oficial para conceder entrevistas.
Bondaruk estava atualmente na coordenação do Departamento de Relações Institucionais da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).
Natural de Curitiba, tem 49 anos e é o coronel mais antigo em atividade na PM. Está há mais de 30 anos na corporação.
Sobrecarga de trabalho
Em entrevista à RPCTV, o secretário de Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, buscou passar a mensagem de que a troca de comando da PM foi consensual e tranquila.
Ele disse que o coronel Scheremeta fez um bom trabalho. O comando da PM é responsável por gerir um efetivo de 15 mil policiais e um orçamento que representa 35% do setor de segurança pública no Paraná.
César declarou que o então comandante reclamava há algum tempo de sobrecarga de trabalho e de estar afastado da convivência familiar, com desgaste físico e emocional.
O secretário não declarou o destino do coronel, mas disse que será aproveitado em “outras missões dentro da PM ou da estrutura do próprio estado”.
O secretário também elogiou o coronel que assumirá o comando.
“Ele tem uma formação sólida na área da polícia comunitária. É um ideólogo, para se dizer, da Polícia Comunitária do Paraná e atende também o objetivo do governo de transformar cada vez mais a PM, consolidar e avançar na perspectiva de uma PM amiga”, declarou.