RADAR ON-LINE/LAURO JARDIM/VEJA.COM
Sem botar a mão no bolso
Entre as ideias propostas estava a criação de um site para recontar sua trajetória política e literária. O conteúdo é 100% chapa-branca — mas ninguém esperaria outra coisa.
A reciclagem de um passado tão movimentado só esbarrou num detalhe: como é de praxe, Sarney não coçou o bolso.
Os 24 000 reais pagos pela pesquisa foram pendurados na conta do Senado — repetindo o que ocorreu em 2009, quando uma empresa recebeu 8 600 reais para organizar o acervo pessoal de livros e documentos de Sarney.
Ao usar dinheiro público para fins particulares, fica mais difícil ainda para Sarney conseguir ficar bem na foto.
Perto de uma solução
O nó para a grande tacada da Foxconn no Brasil — a fábrica de displays para tablets, celulares, computadores e televisores — ainda não foi desfeito, mas já há alguns sinais de fumaça.
Os grupos Positivo e Semp Toshiba, além de Eike Batista, estão praticamente certos no consórcio de sócios nacionais. O BNDES entrará também.
Ainda assim, não foram alcançados os 4 bilhões de dólares necessários para a primeira fase de investimentos (de um total de 12 bilhões de dólares em seis anos).
A luz no fim do túnel, porém, pode vir dos estados que lutam para sediar a fábrica. Rio de Janeiro e Minas Gerais incluíram em suas propostas a montagem de uma engenharia financeira para atrair sócios privados para o empreendimento.
A Chevron corta custos
A Chevron, responsável pelo vazamento de petróleo em Campos, se orgulha de cortar gastos com as suas atividades de exploração.
É o que atesta uma reportagem publicada em 2008 pelo The Wall Street Journal.
Segundo a matéria, a Chevron adotou a estratégia devido a queda de demanda por petróleo no mercado mundial.
Equipamentos envelhecidos da empresa chegaram a ser reciclados para colocar em operação a plataforma que causou o acidente no Rio de Janeiro.
Collor desabafou
Na mesma manhã em que Dilma Rousseff sancionou a Comissão da Verdade e, por extensão, o projeto que acaba com o sigilo eterno de documentos oficiais, Fernando Collor fez um magoado pronunciamento na tribuna do Senado.
Collor tentou de todas as formas evitar a aprovação do texto sobre o sigilo de documentos — medida que agora é lei — mas não lamentou sua sanção na tribuna, apenas se dispôs a ler um artigo com um rosário de críticas sobre a falta de debate no parlamento e sobre o excessivo poder dos líderes partidários (os mesmos que atropelaram Collor na discussão do projeto). Disse Collor:
– São cada vez mais frequentes as críticas ao poder Legislativo no que concerne à baixa produção e, mais especificamente, à sua falta de atuação ou decisão em temas relevantes que acabam por torná-lo refém do Executivo.
Benevolência do Planalto anima ministros “queimados”
Como agora até mentir está valendo no ministério de Dilma Rousseff, outros ministros que andavam “queimados” com o Planalto já começam a alimentar alguma esperança de escapar da degola na reforma.
Veja avaliação de Ana de Hollanda, mais cedo, na cerimônia da Comissão da Verdade:
– A minha relação com o Planalto está ótima. Essa fumaça é vocês que fazem.