FOLHA WEB
O deputado estadual Nelson Justus (DEM) promete ”provar inocência” da
acusação de improbidade administrativa nas ações civis públicas propostas pelo Ministério Público (MP) do Paraná anteontem.
Ao comentar pela primeira vez o assunto, o ex-presidente da Assembleia Legislativa (AL) disse estar tranquilo e ansioso pelo andamento do processo. Ele negou as acusações e questionou a existência de provas.
O democrata falou ontem com a imprensa após presidir a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A primeira afirmação dele sobre as denúncias foi de que tem formação jurídica e recebeu com tranquilidade e respeito as acusações em seu nome.
Para Justus, a judicialização das denúncias é uma ”ótima oportunidade” para que ele e os demais deputados envolvidos nos escândalos se defendam.
”Agora vou ser julgado pela Justiça e não por algumas pessoas. Eu tenho toda uma história de vida na política e no meio empresarial. Chegou a minha vez de provar a minha inocência. Estou ansioso para responder à Justiça.”
Sobre as denúncias do MP, o democrata alega não ter visto nenhuma prova.
”Pelo contrário. Em momento algum fala em locupletação (enriquecimento ilícito) por parte de quem quer que seja. O processo somente fala em omissão.”
Ele também negou que tenha sido omisso. Justus acredita que é o momento de analisar o que diz o Regimento Interno e o decreto que regulamenta a Casa sobre o papel efetivo do presidente da AL.
Ele descartou afastamento do cargo, uma vez que não houve nenhum pedido para que isto ocorra, e reiterou que já foi julgado pelas urnas e passará, por último, pela justiça de Deus.
Os outros dois deputados estaduais denunciados que exercem mandatos atualmente, Alexandre Curi (PMDB) e Nereu Moura (PMDB), não quiseram falar sobre o assunto.
Os três parlamentares, junto com outros oito acusados nas três ações civis públicas podem ser condenados a pagar uma multa civil de até R$ 144.114.741,32 (em valores corrigidos até fevereiro de 2011), perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, proibição de contratar com o poder público e receber incentivos ou benefícios fiscais.
Caso condenados, o MP também pede o ressarcimento do prejuízo de mais de R$ 72 milhões, referentes ao dinheiro pago em nomes de fantasmas.