Empresa de checagem desmente Doria e atesta que não havia palestras marcadas para o governador nos EUA
O governador de São Paulo, João Doria, que colocou o estado em bandeira vermelha e impediu comerciantes de trabalhar foi para Miami semana passada.
Com a repercussão negativa, João Doria afirmou que voltou para São Paulo (não há provas concretas de sua volta) e afirmou que estava no país do Tio Sam para palestrar em dois eventos distintos.
A jornalista Patrícia Lajes descobriu que esses eventos sequer foram marcados.
Segundo a jornalista:
“O governador de São Paulo, João Doria licenciou-se por 10 dias e viajou para os Estados Unidos onde iria descansar com sua esposa e dar duas palestras: Uma no World Trade Center-Florida, e a outra, na Brazilian-Florida Chamber of Commerce, dias 28 e 29 de dezembro”.
“Porém, segundo a Brazilian-Florida Chamber of Commerce, esses eventos nunca ocorreram. Cheguei até pedir ajuda de um colega jornalista que vive nos Estados Unidos, mas ambos não encontramos nada”.
Popularidade da ministra Damares assombra e desconcerta a esquerda
Já é possível dizer que a pastora ‘terrivelmente evangélica’ pode sonhar alto em termos eleitorais, a depender apenas de suas ambições políticas
A8SE
Que Sergio Moro é o ministro mais popular do atual governo, nem se discute. Até quem não gosta dele é obrigado a admitir que o ex-juiz arregimenta uma imensa legião de fãs.
Agora, desconcertante para muitos – notadamente os de esquerda – é a popularidade e o respeito que a ministra Damares Alves desperta em multidões.
Seus adversários a tratam como anedota e a consideravam um alvo fácil de críticas demolidoras.
Pois trago verdades: a pastora é provavelmente a mais forte das personalidades políticas reveladas pela recente onda conservadora que domina o país.
E já é possível arriscar que Damares pode sonhar alto em termos eleitorais, a depender apenas de suas legítimas ambições e desejos.
Desde sua estreia para o grande público com “menino veste azul e menina veste rosa”, até a recente afirmação de que a campanha criada por seu ministério para evitar o sexo na adolescência é uma tentativa de combater a “legalização da pedofilia”, Damares coleciona frases polêmicas e declarações que fazem uivar os defensores do estado laico, dos direitos humanos e das questões identitárias.
O que seus detratores se recusam a enxergar é que esses “absurdos” ditos pela ministra “terrivelmente evangélica” encontra forte apelo entre a população mais simples, pobre, religiosa, que mora e vive no mundo real das periferias.
Esse discurso ecoa no chamado Brasil profundo – e é essa gente a quem Damares representa tão bem.
Em vez de debocharem da pauta e ideias de Damares Regina Alves, seus inimigos de esquerda deveriam abrir mão, primeiro, da superioridade moral que os impede de entender do que e com quem a ministra fala.
Só depois desse exercício de inteligência e humildade, talvez consigam aprender a se comunicar com o povo sofrido que tanto dizem defender.
Bolsonaro diz que não mudará seu jeito: “Sou assim mesmo. Não tem estratégia”
Alan Santos | PR
Nesta quarta-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevista exclusiva ao O Globo.
Durante a conversa, o chefe do Executivo garantiu que não mudará seu jeito de agir.
“Sou assim mesmo. Não tem estratégia. Se eu estivesse preocupado com 2022 não dava essas declarações”, afirmou.
O presidente recebeu o jornal no Palácio do Planalto e a conversa não foi gravada.
Na entrada do gabinete, os celulares foram guardados e o presidente emprestou sua caneta Bic à jornalista para que ela fizesse as transcrições e anotações.
Bolsonaro também afirmou que não se importa com as perseguições da imprensa.
“O dia que não apanho da imprensa eu até acho estranho”.
Curitiba estuda implantar “lei seca” nas ruas da cidade
A Câmara de Curitiba está para votar projeto que proíbe as pessoas de beberem em espaços públicos entre as 2h e as 8h da manhã, mas não prevê sanções. Quem for flagrado nessa situação apenas poderá ter o produto recolhido.
Na comissão de constituição e justiça o projeto recebeu dois pareceres: um contrário e outro favorável, mas a parlamentar espera que ele seja votado em um mês.
Se o projeto for aprovado em plenário e se tornar lei, Curitiba seguirá outros 30 municípios do Paraná que já adotam a proibição.
Para diminuir a criminalidade e principalmente os índices de perturbação de tranquilidade e sossego, municípios do Paraná estão recorrendo a leis que restringem o consumo de bebidas alcoólicas em lugares públicos, seguindo o exemplo de cidades como Nova Iorque (EUA). Quem conta é a repórter Katna Baran, para a Folha de São Paulo.
Pesquisa feita entre as 30 maiores cidades do estado apontam que ao menos dez delas possuem restrições nesse sentido. Mas a moda começou nos pequenos municípios. Alguns deles começaram a implantar legislações contra o consumo de bebida nas ruas ainda em 2011.
A Câmara de Curitiba está para votar projeto com o mesmo objetivo, de autoria da vereadora Julieta Reis (DEM). O texto proíbe as pessoas de beberem em espaços públicos entre as 2h e as 8h da manhã, mas não prevê sanções.
Quem for flagrado nessa situação apenas poderá ter o produto recolhido.
Na comissão de constituição e justiça o projeto recebeu dois pareceres: um contrário e outro favorável, mas a parlamentar espera que ele seja votado em um mês.
“A confusão e a bebida geram violência, já tivemos casos de morte em regiões nobres (de Curitiba). Temos que trabalhar para uma cultura de ordem na cidade, que não pode ficar à mercê de quem fica bebendo na rua”.
“Não estamos impedindo ninguém de beber e se divertir, mas que faça isso no bar, não na rua ou praça”, diz a vereadora.
Segunda maior cidade do Paraná, Londrina regulamentou norma parecida no final de 2018, conhecida como “lei seca”, bem mais restritiva que o projeto da capital.
Quem for flagrado bebendo em locais públicos das 22h às 8h pode levar multa de R$ 500. A lei ainda restringe o consumo em qualquer horário do dia a menos de 300 metros de escolas municipais.
Desde novembro, já foram aplicadas 652 multas contra infratores, segundo dados fornecidos pela Secretaria de Defesa Social.
“Havia grande reclamações por conta do vandalismo e da desordem em alguns pontos da cidade em que as pessoas bebiam em via pública”, explica o secretário tenente-coronel Pedro Ramos. Na cidade, o projeto de lei partiu da prefeitura.
O secretário afirma que houve impacto positivo sobre o comércio, já que as pessoas passaram a consumir mais bebidas no interior de bares.
“Antes, as pessoas compravam produtos alcoólicos em supermercados e levavam a pontos movimentados da cidade em coolers e ainda faziam suas necessidades fisiológicas nas postas dos estabelecimentos. Era um caos”, diz.
Não é o que pensam os representantes da Federação das Empresas de Hospedagem, Gastronomia, Entretenimento, Lazer e Similares do Paraná, que levou para o STF (Supremo Tribunal Federal) o questionamento sobre constitucionalidade da lei de Londrina.
“É hoje nossa briga mais ferrenha. Entendemos que estão fazendo política em cima desse tema. Em alguns casos é plena demagogia, é para tirar a atenção de outros assuntos”.
“Temos que estar do lado da liberdade do cidadão e enquanto a constituição garante isso, temos que como entidade guardar isso nos tribunais”, aponta o vice-presidente da Federação, Fabio Aguayo.