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Plenário da Câmara dos Deputados pode votar processo de cassação de André Vargas na quarta-feira
O Plenário da Câmara dos Deputados deverá votar na próxima quarta-feira (10) o pedido de cassação do mandato do deputadoAndré Vargas Ilário (sem partido-PR).
Em agosto, o Conselho de Ética considerou que Vargas quebrou o decoro parlamentar por intermediar, junto ao Ministério da Saúde, negócios do doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato por envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro.
O processo será analisado em votação aberta, em sessão extraordinária às 11 horas.
O parecer do Conselho de Ética a favor da cassação foi elaborado pelo deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), que também destacou o alto custo da locação de um jato usado por Vargas – cerca de R$ 105 mil – para uma viagem de férias com a família ao Nordeste.
A quantia foi paga pelo doleiro Youssef. Coincidentemente, Júlio Delgado foi o relator do processo de cassação do então deputado José Dirceu, que perdeu o mandato por causa do seu envolvimento no escândalo do Mensalão do PT.
André Vargas contestou a decisão do Conselho de Ética por meio de recurso à Comissão de Constituição e Justiça de Cidadania (CCJ) da Câmara.
Ele afirmou que o conselho cerceou seu direito de defesa, baseou-se em provas ilícitas e trocou deputados, no dia da votação, para garantir o quórum e o número necessário de votos para recomendar sua cassação.
A CCJ rejeitou, em novembro, o recurso apresentado pelo parlamentar.
No último dia 2, Vargas deu sequência às medidas desesperadas para tentar evitar a cassação. O parlamentar, através dos seus advogados, ingressou com mandato de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão da CCJ de rejeitar o pedido de anulação do parecer do Conselho de Ética para tentar derrubar a decisão.
No STF o relator do caso é o ministro Luís Roberto Barroso, que ainda não analisou o caso.
Enquanto estava na 1ª vice-presidência da Câmara dos Deputados, André Vargas abusou da arrogância, tenho desdenhado muitos políticos influentes, os quais deram o troco no Conselho de Ética, mesmo que por meio de outros parlamentares.
A eventual cassação de Vargas não será uma arbitrariedade, pois quem conhece os bastidores da política nacional sabe o que acontecia na “República de Londrina”, comandada à época por José Janene, o “Xeique do Mensalão”, e o doleiro Alberto Youssef.
Depois da morte de Janene, o doleiro assumiu o controle do esquema, mas alguns dos seus interlocutores no mundo político eram pouco cuidadosos.