Que fazer quando não há mais esperança
E por mais que fuja, o temor sempre me alcança
Desesperança e temor, uma dupla feroz
Que se funde num impiedoso e cruel algoz
Figura sinistra, rosto de ferro-fundido
Que pouco se importa com meu gemido
Onde fracassei para tamanha indiferença
Quem sabe por isso toda minha descrença
Pior não é esse desprezo a me fulminar
Terrível é saber de quem vem esse olhar
Certo é que sempre fingi uma altivez
Que mais era para nublar minha timidez
Tanto ganhei como perdi múltiplas batalhas
Minhas vitórias foram cobertas por mortalhas
Mas, meus erros apontados por dedos ligeiros
E, sempre, culpado pelos fracassos caseiros
Duras conquistas nunca passaram de mera obrigação
Sem elogios, sem estímulos e nem emoção
Sofrido, confesso que estou tentando ser forte
Parece que alguém só é bom depois da morte
E como acho que nada mais existe depois dela
Amargurado, percebo que a vida é uma esparrela
JOTA AGOSTINHO
25 de março de 2013
O NOVO poeta! Porém, está mais pra poeta do fim, da despedida. “Quando a vida é uma esparrela”, sinal evidente da perda do leme. Ainda é cedo. Tem que alcançar a condição de velhusco. Desabafo triste. Demonstra falta de fé. Seu julgamento será feito pela história, quando já apagadas as paixões. Volte à Igreja e prossiga sua elaboração espiritual. O salto no escuro é o último passo. Não esqueça quanto você deve a tantas pessoas que lhe ajudam, umas até sem saber, outras com a plena consciência de sua contribuição. Encontre a fé perdida, diria sua mãe…