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O PDT reiterou o apoio ao ministro pedetista, Carlos Lupi, fragilizado por denúncias de supostas
irregularidades na pasta do Trabalho, e reafirmou sua vontade de permanecer na base do governo da presidente Dilma Rousseff, informou o presidente interino da legenda, deputado André Figueiredo (CE).
Figueiredo fez a declaração de apoio após reunião da qual participaram senadores, deputados, presidentes de diretórios regionais e a Executiva do PDT, além do próprio Lupi, para “unificar” o discurso, segundo um deputado da sigla, uma vez que parlamentares da legenda chegaram a pedir que Lupi deixasse o cargo.
“Os termos são muito claros: reiterar a confiança no ministro Lupi, deixar claro que o PDT tem consciência da importância de continuar na base do governo e a convicção de que a decisão sobre a permanência dele (Lupi) no Ministério (do Trabalho) cabe à presidente Dilma”, disse o presidente à Reuters.
De acordo com uma fonte que acompanhou a reunião, alguns pedetistas como o deputado José Antônio Machado Reguffe (DF) e o senador Pedro Taques (MT), voltaram a pedir que o ministro deixasse o cargo.
A informação foi confirmada por Figueiredo, que diminuiu o impacto das posições dissidentes no partido.
“Eles (Reguffe e Taques) manifestaram democraticamente a ideia de que o PDT deveria sair do ministério”, disse o presidente. “Mas nós reiteramos a nossa confiança (em Lupi).”
De acordo com Figueiredo, há possibilidade de o PDT divulgar nota de apoio em seu site.
O Ministério do Trabalho tem sido alvo de denúncias de suposto esquema de cobrança de propina em organizações não-governamentais (ONGs) conveniadas com a pasta.
Logo depois, o ministro entrou na mira, após publicação de denúncias de que teria pegado “carona” em avião providenciado por empresário e dirigente da ONG Pró-cerrado, que meses depois assinou convênios com o Ministério.
A presidente Dilma decidiu manter Lupi no cargo para não limitar ainda mais as possibilidades que terá na reforma do primeiro escalão no início de 2012.
23 de novembro de 2011
Resumindo: 1. O ministro Carlos Lupi não renuncia e tem todo apoio do PDT para continuar no cargo; 2. Compete exclusivamente à presidente Dilma Rousseff tirá-lo eventualmente do Ministério do Trabalho; 3. A unidade partidária está assegurada e o apoio ao governo independe de participação no poder.